quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

PASSAGEM DE NÍVEL

TEKTÓNICA/ VELOCIDADE 04
2.º classificado

Joel Moniz e Alexandre Branco

Pedia-se uma solução nova para um problema antigo (ao unir-se o território, separam-se os lugares). Como transpôr pedonalmente a linha do TGV ?

Ultrapassar o TGV é (im)possível! Repôr a paisagem é impossível!
Pensamos então e se utilizarmos o que já foi “ultrapassado”?
E se utilizarmos um problema velho para uma solução nova?



O problema? Cemitérios de comboios antigos, entulho de demolições, ferro das linhas e terra dos desaterros.
A solução ? Utilizar os comboios antigos, o entulho de demolições, o ferro das linhas e a terra dos desaterros para criar um elemento para transpor a linha do TGV.
Como? Basicamente o comboio funciona como solução estrutural, o entulho serve para a base de assentamento, o ferro serve para reforço estrutural e a terra para modelação do terreno.
Esses elementos são cortados, retalhados, reutilizados , relocalizados, adequando-se às exigências do projecto.
O transporte dos materiais, mão de obra e grua para montagem são feitos pela própria linha.
Vantagens? Diversidade e quantidade de matéria prima. Grande potencialiadade plástica. Qualidade construtiva. Fácil adaptabilidade. Possibilidade da incorporação de usos complementares. Podemos utilizar vários tipo de carruagem , a carruagem do bar, 1.ª e 2.ª classe, mercadorias ou utilizar apenas a estrutura e revestimento. Podemos utilizar vários modelos de comboios, um museu ao longo da linha. O comboio é já uma solução estrutural bem concebida que pode vencer fácilmento a distância requerida.
As passagens tradicionais surgem sempre como um elemento frágil, como solução de recurso, forçando compulsivamente um “ponto de encontro” (mais de atravessamento) não desejado.
O projecto pretende em primeiro lugar que a passagem seja segura e que possua uma escala adequada à dimensão de uma linha de TGV, mas também que possa ser um local para uma breve pausa, porque não um ponto de encontro, ou até um bar, biblioteca, livraria....queremos reforçar a referência a um elemento habitável, uma inspiração no ambiente das pontes habitáveis.
Basicamente pareceu-nos irónico, mas interessante, (ultra)passar o TGV de comboio.



BUBBLE HUT

TEKTONICA ’06 LUXO PARA TODOS
Joel Moniz, Mário Duarte e Alexandre Branco






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Pedia-se uma reflexão do luxo enquanto qualidade do desenho, sem recorrência a orçamentos desmesurados. Uma habitação, temporária, para um casal.

Procurámos propositadamente a inspiração nas relações espaciais de vários edifícios barrocos como a “igreja dos inválidos” de Hardouin-Mansart e fizemos associações a jardins da Renascença Francesa como o “Jardim do Amor” de Villandry, épocas que criaram arquétipos para o imaginário parcial do luxo comum. Partimos das mesmas referências mas mudámos a interpretação.

A “BUBBLE HUT” reflecte a intimidade do “luxo interior”. Pretende viver em luxo, não pretende mostrar o luxo.

São quatro espaços. Quatro actividades. Descanso, alimentação, higiene e lazer. Espaços sem o predomínio hierárquico de uma função relativamente à outra, com uma composição espacial de base idêntica, interligando-se numa relação directa e fluida.

A morfologia dos espaços deriva directamente da metodologia de construção adoptada. Queríamos que fosse uma construção rápida, económica e que tivesse um bom conforto ambiental, basicamente uma casa bem “isolada”. Pensámos numa envolvente contínua que simultaneamente resolvesse a questão do isolamento e estrutura. Um betão com propriedades isolantes, betonado de uma vez só, sem armaduras, mas com resistência suficiente para vencer o pequeno vão “abobadado” de cada módulo.

Uma casa simples, paredes e tectos de material isolante revestido no exterior e pintado pelo interior.

... A opção por elementos repetitivos e modulares, e a procura de sistematização e simplificação da construção reflecte-se na rapidez e custo da construção. Mas ainda assim, garantindo um nível de conforto interior próprio de uma moradia, temporária ou não. O próprio material, facilmente manuseável, deixa campo para alguma apropriação por parte dos utentes, permitindo, através da “escavação” e corte, a criação de nichos, mobiliário embutido, ...

O edifício, ambicioso na sua versatilidade, não foi pensado para nenhum sitio em particular, mas para ser colocado nos mais variados ambientes desde a cobertura de um prédio, logradouro de outra moradia, lote desocupado de um qualquer loteamento urbano, ou anexo de um palacete...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

procura-se investidor/ produtor

Enrosca e desenrasca
Sistema de iluminação

Joel Moniz, Mário Duarte e Alexandre Branco



















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Depois de termos sido finalistas no concurso designwise da experimentadesign em 2004, com um produto para sistemas de iluminação, fomos confrontados, depois de uma fase de prototipagem que realizámos, com a falta de meios ou vontade da parte da experimenta em produzir e comercializar o nosso produto.

Mas a vontade ficou e por isso fica aqui o post...













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Enrosca e desenraca.
Quero...

Ter um candeeiro que possa mudar quando quiser, montá-lo à medida e comprá-lo como quem compra uma lâmpada, um interruptor, uma tomada eléctrica ou outro componente qualquer.
Poder comprá-lo em qualquer lado, na casa das lâmpadas, na electro-confiança, no Jumbo ou no Carrefour.

Quero um candeeiro banal, um acessório como uma tripla e elementar como uma tomada.

Para começar basta apenas uma lâmpada de rosca (macho) e uma caixa de tomada com rosca fêmea (casquilho) embutida na parede, no tecto ou no chão, tanto faz... Enrosca-se a lâmpada (elemento base) e faz-se luz. É simples como ligar uma ficha a uma tomada eléctrica.

É um sistema baseado no desenrasque, como quem coloca uma lâmpada num casquilho ainda com os fios eléctricos pendurados. Solução provisória e final simultaneamente.

Os acessórios servem apenas para melhorar a iluminação e adequa-la a diferentes situações e espaços. São condutores de energia eléctrica para que faça os caminhos que queremos, como tubos de canalização. Tem extensões, curvas, tês, interruptores e adaptadores para tomadas convencionais, que montamos como legos para criarmos as formas que quisermos e colocarmos onde quisermos.

Na mesa, na parede, no chão.
Mais comprido ou curto, curvo ou recto.
São pequenos componentes tão básicos como um casquilho, enroscando-se uns nos outros como a lâmpada se enrosca neles.



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Europan 9

PLATEAUX LANDSCAPE
an operative topography

ST. Tirso - Portugal
2.º classificado

Joel Moniz, Mário Duarte, Alexandre Branco e Emanuel de Sousa

Sairam os resultados do Europan 9 e obtivemos uma menção honrosa com o trabalho Plateaux Landscape - uma topografia operativa, em Santo Tirso.
É a segunda vez que somos premiados, depois de um 1º prémio no Europan 7.
E um prémio, mesmo que segundo, é sempre um bom pretexto para iniciar um blogue.



















A plateau is an elevated platform, tray or plain. It is a roof building, preferably flat, upon which it is possible to walk' Manuel Gausa, 'The Metapolis Dictionary of Advanced Architecture', Actar, Barcelona, 2003, pg. 609

Tomando a horta agrícola como conceito arquitectónico, criamos uma sucessão de novas plataformas, socalcos habitados, que comportam toda o programa habitacional, aproveitando as coberturas e pátios rasgados como hortas privadas e comunitárias, contribuindo para uma transição do urbano para o rural.

O complexo multifuncional resulta num híbrido com diversas valências, enfatizando a integração de unidades produtivas nas áreas habitacionais como base da economia familiar.

A transição harmoniosa entre a escala urbana do quarteirão com a escala rural do campo agrícola e da moradia isolada, resultou da sobreposição das diversas escalas.