segunda-feira, 12 de maio de 2008

TEKTÓNICA ’05 | RUA24H . Arco público ou o público no arco.

Joel Moniz e Alexandre Branco


A Rua Augusta existe numa dualidade comum a muitas outras zonas nos centros históricos. De dia o espaço é exíguo para tanto movimento, normalmente associado à actividade comercial e serviços, e à noite existe um vazio.

Mas à noite a cidade não dorme, modifica-se, o movimento existe, a actividade existe. São outras actividades, outras funções que o espaço público como o concebemos não consegue suportar. Não se trata apenas de um problema de morfologia urbana ou de desenvolvimento arquitectónico, sabemos que um dos principais problemas tem a ver com as políticas habitacionais e de uso do solo, porém as políticas urbanas necessárias para resolver este problema são complexas e só resultarão apenas a médio-longo prazo. Temos por isso o espaço público como área de intervenção , o "espaço entre os edifícios".

Temos limitado o conceito de espaço público aos modelos tradicionais de ruas, praças, largos, avenidas, jardins, passamos também por libertar espaço público na implantação dos edifícios. Temos também edifícios públicos. Contudo não têm sido os suportes necessários para albergar as actividades complementares que necessitamos para revitalizar áreas como a Rua Augusta. Necessitamos de aumentar a variedade tipológica e compreender que existe a necessidade de espaço público nocturno e mesmo de 24 H. A divisão usual entre a actividade nocturna como de recreio e a diurna como de trabalho não é real, especialmente em Lisboa, uma cidade multicultural.

Como exemplo temos a actividade académica que tem muitas vezes necessidade de recorrer a serviços e espaços que os estudantes não conseguem ter em casa. Seja para trabalhos de grupo, para imprimir ou recorrer a documentos. Ou um turista que fica limitado a ter informações apenas de dia. Ou mesmo para quem tem um emprego com horário diferenciado.
A nossa referência foi o arco do Terreiro do Paço, um elemento simbólico, cénico, que tem a escala de um edifício. A sua função cumpre-se 24 h. É um verdadeiro elemento de usufruto público livre e constante.

Pensámos e se fosse habitável? Tem o tamanho suficiente para isso! Desta forma ocorreu-nos que este elemento apesar da sua presença extraordinária, não interfere com a necessidade de movimento durante o dia pela sua subtil implantação, apesar de ser um elemento sempre presente e importante na composição da Rua Augusta.

Foi esse o nosso mote, um arco habitável - o espaço público vertical e a sua função seria de 24 horas. Seria um elemento com uma presença suficientemente forte no contexto da Rua Augusta para que impulsionasse uma estratégia de revitalização, ao mesmo tempo que não interferia com a movimentação diária existente na rua. A rua deve ficar limpa, sem elementos que perturbem o seu funcionamento normal.

Seria simultaneamente um espaço para ser usado em várias vertentes e para permitir usar melhor a rua, ao contemplar áreas de armazenamento de vários materiais que suportassem diversos tipos de actividades na Rua Augusta. Desde cinema ao ar livre, exposições, concertos...
O Arco teria várias funções fixas a funcionar 24 h como um pequeno bar e posto de segurança no piso 0, nso pisos 1,2 , 3 e 4 existem sala smultifunções, atendimento, salas de estudo , impressões, cópias e Internet, biblioteca e oficinas. No piso 5( cobertura existe um miradouro e área técnica n de forma a que se consiga aceder às fachadas para colocar vários elementos, como por exemplo telas para a projecção de imagens e vídeos.

Na realidade a nossa intervenção que aparentemente se limita ao topo da Rua Augusta estende-se por toda a rua, criando um novo espaço na cidade, um espaço diferenciado entre o Arco simbólico e o Arco utilitário. Um espaço contido que permitiria um controle sobre as actividades aí exercidas.

TECKTÓNICA . EMERGÊNCIAS ´03 . KIT.EXT

Joel Moniz, Mário Duarte, Cláudio Vilarinho e Alexandre Branco



O objecto é marcado por duas características: rapidez de resposta (um objecto fácil de executar/montar ou pré-construído) e versatilidade (dada a grande abrangência do tema que acaba por colocar alguma indefinição programática).
Dos objectos existentes que procuram similares respostas, temos os que se caracterizam pelo imediatismo de montagem (tenda), mobilidade (roulotte e auto-caravana), pré-construção e transporte (contentor adaptado) e modularidade (alguns sistemas pré-fabricados baseados também no contentor).
No fundo a proposta pretende reunir o melhor “destes mundos” e corresponde mais a um sistema de construção do que propriamente a um edifício.
Duas peças básicas (Kit e Extensível) de fácil interacção/montagem e algumas regras são os constituintes do sistema que resulta em estruturas espaciais configuráveis e assim adaptáveis a inúmeras situações.